A gente se coça onde não há comixão?

aboboras-e-gaviao-36-of-38A frase da reportagem de Ticiana, no noticiário da tevê, é a chave para a gente compreender a lógica da Comixão. Ela disse: “Todas as categorias tem o mesmo peso na escolha”.

Ticiana errou feio, por um lado. Os ex-estudantes, diferentemente dos ex-professores e dos ex-servidores, foram covardemente deixados de lado. Uma pena, seria uma bela oportunidade para se avançar em uma área na qual nenhum reitor deixou, até hoje, uma contribuição relevante, a saber, uma valente associação de ex-alunos da Ufesm. Os ex-estudantes foram rifados pelo Comixão. Ali ninguém se coçou.

O Comixão é composto por três entidades: Dasufms, Dasedufsm e Deceé. O Dacedufsm filia seus filiados, ativos e aposentados; o Dasufsm  filia seus filiados, ativos e aposentados; o Deceé faz umas boates e manda a Yeda para fora, gurizada valente que é. São entidades de classe, de categoria. Como entidades de classe, precisam defender os interesses de seus filiados, quer ativos, quer aposentados (aposentados, para quem não lembra, indica “aquele que se recolheu aos aposentos ou quartos de sua casa”, como lembra o Deonísio da Silva, em A Vida Íntima das Palavras). Assim, as entidades, coerentes consigo mesmas, precisam levar em conta os interesses de seus filiados sem distinções de roupas, íntimas, como o pijama, ou de passeio. Elas, ao empacotarem o ativo e o aposentado, agiram coerentemente. E com isso, simbolicamente, entraram para a história das pequenas mazelas decadentistas das universidades federais, pública, gratuitas, competentes e  contaminadas, de quando em quando, por um democratismo corporativista. Vai ser difícil avaliar todas as dimensões e a profundidade do simbolismo do que aconteceu hoje na Ufesm. Mas acho que vale a pena o esforço.

Abóboras é a fruta do dia. Cambalache é a música. No poste anterior, o boxeador é Primo Carnera, um dos personagens citados por Diciépolo no tango; a belzebu é Jean Harlow.

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