Sobre uma suposta demanda por israelenses na Ufesm

Na tarde de hoje a comunidade universitária de Santa Maria viu-se às voltas com um provável escândalo, motivado por um suposto memorando de uma pró-reitoria da mesma. Ei-lo:
Captura de Tela 2015-06-03 às 19.55.45
Suprimi o nome da autoridade universitária que o assinou, pois, como todo mundo, estamos por enquanto, lidando apenas com suposições e hipóteses.
Espera-se, nas próximas horas, que as entidades citadas esclareçam o episódio.
Na melhor das hipóteses, tudo é fake e restará saber quem foi o autor de semelhante sandice.
Na pior das hipóteses, a Reitoria, a Sedufsm, o DCE e a Assufsm deveriam demitir suas diretorias, por uma simples razão: o pedido de uma lista de “israelenses”, em nome da “causa palestina” seria da ordem do crime, ponto.
Há um fato, no entanto, que pesa sobre nossas cabeças, como uma espada. É fato que no dia 28 de agosto de 2014 (como consta na página da Sedufsm), “as entidades sindicais e DCE, requereram informações se haveria na UFSM algum projeto sendo desenvolvido em parceria com a empresa israelense Elbit”. Na ocasião, as entidades envolvidas, como consta na matéria, afirmaram que, estando a Elbit envolvida com as guerras na região, ela seria também responsável pela forma como os palestinos são reprimidos. As entidades queriam saber se a Ufesm estava comprometida com “pesquisas bélicas”. Na reunião o reitor da Ufesm disse que desconhecia o assunto, mas que se fosse assim como descreviam as entidades, seria contra.
Também há de ser lembrado que as entidades citadas no suposto memorando promoveram manifestações na praça Saldanha Marinho a favor da causa palestina.
Todos nós somos livres para apoiar as causas que julgamos justas.
Mas isso de pedir a lista dos israelenses que trabalhariam na Ufesm ultrapassaria qualquer noção.
Para que serviria tal lista? Para perguntar a eles se estariam envolvidos em “projetos bélicos”? Ah, bem!
Se for comprovado, tamanho enredo somente seria resolvido, como disse acima, com a demissão da diretoria de todas as entidades envolvidas, sob pena de serem, daqui para a frente, personas non gratas em qualquer espaço publico local, nacional, internacional.
Mas, repito, apenas se forem confirmadas as absurdas hipóteses que me levaram a escrever isso.

Uma resposta em “Sobre uma suposta demanda por israelenses na Ufesm

  1. Caríssimo Ronai,

    Escrevi um email pessoal ao pró-reitor substituto de pós-graduação e autor do memorando para saber se o memorando era real ou forjado. Para minha surpresa (pois eu não esperava uma resposta), ele me respondeu e confirmou a autenticidade do memorando – bem entendido, o que me surpreendeu foi que ele tenha me respondido, mas para quem (como eu) acompanha de perto o desenrolar das campanhas neo-antissemitas na Europa, nos EUA, na Argentina e na Venezuela, não me surpreende o conteúdo do memorando em si. Era só uma questão de tempo para que esse “novo” antissemitismo desse as caras no Brasil, disfarçado de antissionismo.

    O que já está claro que aconteceu é que o pró-reitor substituto caiu no conto do vigário e acabou cedendo à pressão dos psico-maníacos que todos nós, professores da Ufesm, permitimos que nos representassem junto aos nossos patrões em Brasília. O simples fato de ele ter respondido ao meu email pessoal já comprova que ele não tinha nem 50% de noção do veneno que lhe foi instilado e que ele repassou.

    Já fui informado que a consequência – drástica – está a caminho e chegará em breve na forma do que será, pelo menos para os diretamente envolvidos, um inesquecível processo judicial que trará ainda muito mais vergonha do que já está trazendo à Ufesm por todo o país e até no exterior. Na “melhor” hipótese, a imprensa local abafará o barulho a pedido do alto e médio clero. Na “pior” hipótese, teremos um ou mais professores da Ufesm respondendo por crime de racismo e sendo equiparados a neo-nazistas da laia do Castan (lembra-se do caso?)… e com o agravante de que o sobrenome alemão de nosso colega já está suscitando o preconceito na mão oposta advindo da grande maioria lusonímica do resto do país…

    É importante observar que a maior e mais original das culpas por este lamentável episódio está exatamente com os psico-maníacos suprareferidos. Chega a ser surreal que mais de 1800 docentes aceitem calados e submissos uma ditadura sindical como a que hoje nos assola. Desde quando é atribuição de sindicato a defesa de causas/ideologias políticas, sejam elas quais forem? Onde já se viu sindicato de professores se envolver e até patrocinar causas (como a palestina) que nem brasileiras são – e mesmo que fossem, não são nem poderiam ser do interesse dos professores como segmento profissional… O que esse episódio mostra, escancaradamente, é que usar o que é público como se fosse a própria casa é a regra da corrupção que destrói o país desde o presidente aos cargos executivos das universidades federais.

    Por fim, o pior de tudo isso é que a “causa palestina”, para quem conhece a história do OM, é uma não causa, falsamente vendida como causa nacional por líderes islamofascistas, desde antes da criação do Estado de Israel, que inclusive colaboraram diretamente com os nazistas durante a II Guerra, e, depois desta, deram abrigo e emprego para criminosos nazistas que se abrigaram no OM e colaboraram com ditadores locais em seguidas guerras (com declarada intenção genocida) contra Israel. Que a esquerda que se diz socialista defenda o islamofascismo desde pelo menos a guerra de 1967 já demonstra, e há tempo, que de democrática só tem a fachada, e que não se saiba nada da história do OM no Brasil e nem sequer exista tradução para o português de toda a literatura a respeito é uma vergonha num país com centenas de universidades… Mas será que nossos colegas professores se importam com isso?

Deixe um comentário