A visita do Presidente: barrados no perímetro.

Hoje, 3 de setembro, o Presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva veio até o Campus da Ufsm, para fazer umas quantas inaugurações. Fiquei por ali, do lado de fora do terceiro perímetro de segurança. A fila estava pequena e resolvi entrar no lonão. Um segurança da Presidência me olhou de alto a baixo e disso que eu não podia entrar no recinto pois eu estava com “uma câmera de fotografia profissional”. Sim (minha humilde Canon 50D foi promovida!), e o que tem isso, perguntei. Ele simplesmente repetiu que isso não podia, que, como eu estava usando uma máquina daquelas (na verdade ele estava mais preocupado com a lente, uma 70-200mm) eu teria que ter credencial de imprensa. Bom, eu não posso ter credencial de imprensa, pois não sou da imprensa, eu disse. (Era uma situação do tipo Catch 22). Então, para entrar tem que ser sem essa máquina, disse o segurança. A mensagem parecia ser: gente do povo só pode usar camerazinhas e eu-não-estou-entendendo-bem-e-nesse-caso-mando-eu-aqui-nessa-zona!!!). Bem, eu estava trancando a fila, e o aparato da segurança não parecia muito disposto a conversar sobre câmeras e lentes. Não podia e pronto.
Pensei em bater no segurança mas achei mais seguro bater em retirada.
Fazia poucos minutos que eu havia visto um outro segurança impedir a entrada de cartazes de protesto que uma estudante trazia na mochila. Todas as mochilas eram abertas e revistadas, minuciosamente, e os cartazes de protesto que eventualmente apareciam tinham que ser abandonados na entrada. E isso que os protestos eram, por exemplo, contra o Ato Médico. A solução encontrada pelos alunos foi usar folhas de caderno, escrevendo letras e palavras bem grandes e mostrando-as em conjunto.
Do lado de fora do perímetro não havia um unico cartaz dizendo fora esse e aquele outro e mais verbas para a educação, direito da nação, aquelas coisas. Para não dizer que ninguém se queixou de nada, na Avenida Roraima um grupo de trabalhadores dos Correios fez uma manifestação. Lula passou voando baixinho por ali, numa pequena frota de Renault Symbol, estalando de novinhos.
Os tempos, os tempos.
Na foto abaixo, a gurizada com os cartazes improvisados. Na foto anterior, a cena do confisco.