No dia 18, eu gostaria de ouvir de algum candidato da consultação que a paridade entre os segmentos nos conselhos superiores não está nos seus planos. Só isso.

LuaNo dia 18, terça-feira haverá um debate entre os candidatos da consultação da Ufesm. Eu fiquei pensando no que eu gostaria de perguntar para eles, se eu tivesse a oportunidade. Eu perguntaria a eles se acham interessante que uma instituição como a nossa universidade federal fosse regida por conselhos superiores paritários. Eu pensei nisso porque ontem, na tevê, vi um partido, no horário gratuito dos partidos, dizendo que essa é uma das lutas deles. E todos sabemos que alguns partidos que apoiam candidatos da consultação pensam a mesma coisa. E todos sabemos que algumas corporações sindicais pensam a mesma coisa ou fazem vista grossa para isso. E todos lembramos (ou deveríamos lembrar) que essa bandeira foi levantada recentemente aqui mesmo na Ufesm.
Daí eu me fiz alguns lembretes.
Existem instituições que fazem pesquisa, mas não fazem ensino e extensão. A Fiocruz e centenas de outras, por exemplo.
Existem instituições que fazem extensão, mas não fazem ensino e pesquisa. A Emater e centenas de outras.
Existem instituições que fazem ensino, mas que não fazem pesquisa e extensão. Acho que não preciso dar exemplo disso…
A UFSM faz, com intensidades diferentes, ensino, pesquisa e extensão.
Ensino, pesquisa e extensão não são objetivos das instituições e sim classes de atividades.
Entre essas atividades há uma certa hierarquia intuitiva.
Não pode haver extensão se não houver antes a produção do conhecimento a ser estendido.
Não pode haver ensino se não houver antes a produção do conhecimento a ser ensinado.
Não pode haver pesquisa se não houver antes o conhecimento disponível e uma atividade reflexiva sobre o conhecimento disponível.
Posto isso, segue-se, eu acho, uma hierarquia também intuitiva sobre as formas de administrar essas instituições.
Nessa consultação eu gostaria de ouvir mais, dos candidatos, de forma clara e inequívoca, o que eles pensam sobre essas propostas que andam por aí sobre conselhos superiores paritários. Eu gostaria de ouvir de algum candidato que a paridade nos conselhos superiores não está nos seus planos. Só isso. Com alguma convicção, por certo. Daí minhas inclinações se inclinarão.
Ou então vai continuar assim, como a face oculta da lua, uma coisa que a gente não vê, mas desconfia que…